sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Bonobo ou Chimpanzé Pigmeu


Superfamília Hominoidae; Família Hominidae

Pan paniscus
Vernon é um macho adulto que vive num zoológico. Reparem que ele "raspou" o pêlo dos braços, provavelmente por falta de enriquecimento ambiental em cativeiro.

Características distintivas:

Os Bonobos possuem uma estrutura corporal mais esguia do que os chimpanzés (P. troglodytes), com os braços maiores e com o peito mais estreito. A cara apresenta uma coloração preta desde o nascimento. O cabelo no topo da cabeça caí sobre as orelhas, o que faz com que estas sejam menos visíveis. Um tufo branco na cauda pode ser visível nos juvenis e adultos.


Características Físicas:

cabeça e comprimento do corpo: Fêmeas 700-760mm; Machos 730-830mm.
peso: Fêmeas 31,0kg; Machos 39,0kg.
índice intermembranal*: 102,7.
peso cerebral do adulto: NA.
capacidade cranial: Machos 350 cu cm; Fêmeas 345 cu cm
comprimento do dente canino: Fêmeas 9mm; Machos 11,1mm


Habitat:

Primário e Secundário, nas terras baixas da floresta tropical.





Dieta:

Fruta, Folhas, Ervas terrestres, Trufas, Mel, Caules, Larvas da terra, Térmitas, Formigas e Morcegos. Não foram observados Bonobos a comerem carne ou a caçarem outros macacos.



História de Vida:
(me=meses)(d=dias)(a=anos)

Juvenil: 40-84me.
Subadulto: 84-132me.
Maturidade Sexual: NA
Ciclo Estral: 35-40d.
Gestação: 240d.
Idade ao 1º nascimento: 168me.
Intervalo entre nascimentos: 54me.
Longevidade: 40a.

Locomoção:

Quadrúpede, deslocam-se sobre os nós dos dedos e mãos; trepadores em suspensão; bipedísmo ocasionalmente.

Estrutura Social

Muitos machos para muitas fêmeas, fissão – fusão de comunidades.

Os Bonobos deslocam-se em grupos mistos. O grupos nómadas evitam encontros com outros grupos, não sendo muito hostís.

Emigração: As fêmeas emigram, os machos mantêm-se no grupo da sua mãe.

Tamanho do grupo: Comunidade constituída entre 50-200 indivíduos, mais 6-15 indivíduos nómadas.
Extensão do território: 2200-5800ha.

Tamanho do território de dia: 1200-2400m.


Comportamento

Diurno, arbóreo e terrestre. Os Bonobos vêm ao solo para se alimentarem de vegetação terrestre herbácea, que é abundante e permite que os indivíduos nómadas se juntem e estabilizem o grupo, mais que nos grupos de chimpanzés.
Os Bonobos são menos agressivos e reconciliam-se mais frequentemente que os chimpanzés. Os grupos possuem menos associações "grooming" macho-macho, mais associações macho-fêmea e fortemente a associação fêmea-fêmea. Os bonobos machos partilham a comida com as fêmeas, partilhando pouco com outros machos. O uso de instrumentos é reduzido às folhas para se protegerem da chuva e o arrastar dos ramos nos confrontos. Os Bonobos usam as mãos para escavar a terra em busca de larvas e turfas na floresta secundária. Eles lavam raízes e ervas nas correntes de água. No Zaire, os humanos caçam-nos para comer e como animais de estimação.


Os Bonobos são menos agressivos que os chimpanzés.


Acasalamento: É comum, nos Bonobos, estes estarem envolvidos em comportamentos sexuais que não têm valor reprodutivo para a concepção mas que têm valor social, reduzindo tensões dentro do grupo causadas pela competição pela comida ou por encontros agonísticos dentro do grupo. O comportamento sexual incluí cópula dorsoventral e cara a cara; as fêmeas roçam as suas partes genitais numa relação sexual fêmea-fêmea. Podem ser observadas todas as combinações de idades e géneros.

Vocalizações: 14, incluíndo um chilrear de alta frequência para a descoberta de alimento, gritos, um alarme seco e um guincho durante a cópula. O "grito alto" é um chamamento dado pelo grupo todo em resposta aos chamamentos de outro grupo que está a uma distância grande, e podem ser escutados durante o dia ou noite. Os humanos podem ouvir estes chamamentos a 500 metros. Este chamamento pode ajudar a recuperar os indivíduos nómadas que se encontram dispersados.

Local para pernoitar: Constroem um ninho novo para dormir todas as noites.

* é um valor conseguido através da proporção do comprimento dos membros anteriores aos membros posteriores. Esta informação é importante para paleontólogos, que só podem fazer a inferência sobre o comportamento dos animais fósseis que encontram. Todos os primatas estão numa escala de 50 para 150. O índice intermembranar indica o tipo geral de locomoção.

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Fonte bibliográfica e fotográfica: ROWE, Noel; The Pictoral Guide to the Living Primates; Pogonias Press; 1996; Charlestown, Rhode Island, USA.
#007

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nova Espécie de Lémur Gigante descoberta em Madagáscar

Fragmento do maxilar do P. kelyus removido da sua matriz.
Créditos: ©D. Gommery- MAPPM & CNRS

Os restos de uma espécie extinta de um lémure gigante foram recentemente descobertos em Madagáscar, a primeira adição ao grupo em mais de 100 anos, de acordo com um novo relatório.

A espécie, Palaeopropithecus kelyus, confirma 20 anos de especulação sobre a sua existência, disse o autor líder da descoberta Dominique Gommery, paleontologista do Centro National de Investigação Científica (CNRS) em Paris, França.

Os lémures são um grupo de primatas que só se encontram distribuídos em Madagáscar, num total de 71 espécies.

P. kelyus é agora um membro de um grupo de subfósseis pertencentes a três espécies de lémures gigantes. Ao contrário dos fósseis normais, os subfósseis são formados a partir dos ossos de espécies recentemente mortas, e que ficaram parcialmente mineralizados. A descoberta pode ajudar os investigadores a compreender os padrões evolucionários dos hotspots, tal como Madagáscar.

Os lémures gigantes deslocavam-se nas árvores por saltos, um movimento muito semelhante ao das preguiças da América do Sul. Usavam os quatro membros para se deslocarem de ramo em ramo, com a cabeça voltada para baixo.

P. kelyus junta-se às outras duas espécies de lémures gigantes, P. ingens e P. maximus, que foram descobertas há mais de 100 anos. O P. kelyus é o mais pequeno dos três lémures gigantes, com um peso estimado de 35 kg. O maior lémure existente na actualidade, o Indri, pesa apenas 10 kg.

Dentes pequenos e outras características dentárias na mandíbula superior distingue o P. kelyus dos outros lémures gigantes.

Estas características sugerem que o P. kelyus poderia ter como dieta alimentos mais duros como sementes. Pensasse que as outras duas espécies de lémures gigantes tenham tido uma alimentação mais baseada em frutas e folhas.

Esta nova espécie foi descoberta no noroeste de Madagáscar, numa área localizada entre grandes baías e rios que talvez possam ter isolado o P. kelyus dos outros lémures gigantes.

O projecto desta descoberta, chamado em francês Mission archéologique et paléontologique dans la province de Mahajanga (MAPPM), é uma colaboração entre franceses e malagaxes. As descobertas estão publicadas online no journal Comptes Rendus Palevol.


Publicado dia 28 de Maio de 2009; Por Brett Israel; Animals; LiveScience

Notícia original: http://www.livescience.com/animals/090528-giant-lemur.html

sábado, 1 de agosto de 2009

Transferência de genes pode levar a uma nova vacina contra o HIV

Uma equipa de investigação dos Estados Unidos revelou ter quebrado o teimoso impasse que tem frustrado a invenção de uma vacina eficiente para o vírus imunodeficiente humano.

Os cientistas, do Hospital de Crianças de Filadélfia e do Hospital Nacional de Crianças em Columbus, estado de Ohio, disseram que usaram uma abordagem que ultrapassa o procedimento normal, usado pelos investigadores que trabalham no desenvolvimento desta vacina.

Usando a tecnologia de transferência de genes, que produz moléculas que bloqueiam a infecção, os cientistas relataram que conseguiram proteger macacos rhesus da infecção pelo vírus imunodeficiente dos símios - um vírus próximo genéticamente do HIV.

"Nós usamos uma estratégia distinta, que contorna a resposta natural do sistema imunitário, que tem sido o alvo de todas as vacinas anteriormente desenvolvidas para o SIV e HIV", disse o líder da equipa Dr. Philip Johnson, do Hospital de Filadélfia. Johson desenvolveu esta nova abordagem com o virologista molecular K. Reed Clark, em Columbus.

Johnson disse que ainda existem muitos obstáculos antes de a técnica, já usada em animais, passar para uma vacina contra o HIV dos seres humanos.

O estudo esta disponível na versão online do journal Nature Medicine - http://www.nature.com/nm/index.html


Publicado dia 20 de Maio de 2009, © 2009 United Press International, Inc. All Rights Reserved.

Notícia original:
http://www.upi.com/Science_News/2009/05/20/Gene-transfer-may-lead-to-new-HIV-vaccine/UPI-23511242842115/