sexta-feira, 16 de outubro de 2009

...Em Actualização...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Bonobo ou Chimpanzé Pigmeu


Superfamília Hominoidae; Família Hominidae

Pan paniscus
Vernon é um macho adulto que vive num zoológico. Reparem que ele "raspou" o pêlo dos braços, provavelmente por falta de enriquecimento ambiental em cativeiro.

Características distintivas:

Os Bonobos possuem uma estrutura corporal mais esguia do que os chimpanzés (P. troglodytes), com os braços maiores e com o peito mais estreito. A cara apresenta uma coloração preta desde o nascimento. O cabelo no topo da cabeça caí sobre as orelhas, o que faz com que estas sejam menos visíveis. Um tufo branco na cauda pode ser visível nos juvenis e adultos.


Características Físicas:

cabeça e comprimento do corpo: Fêmeas 700-760mm; Machos 730-830mm.
peso: Fêmeas 31,0kg; Machos 39,0kg.
índice intermembranal*: 102,7.
peso cerebral do adulto: NA.
capacidade cranial: Machos 350 cu cm; Fêmeas 345 cu cm
comprimento do dente canino: Fêmeas 9mm; Machos 11,1mm


Habitat:

Primário e Secundário, nas terras baixas da floresta tropical.





Dieta:

Fruta, Folhas, Ervas terrestres, Trufas, Mel, Caules, Larvas da terra, Térmitas, Formigas e Morcegos. Não foram observados Bonobos a comerem carne ou a caçarem outros macacos.



História de Vida:
(me=meses)(d=dias)(a=anos)

Juvenil: 40-84me.
Subadulto: 84-132me.
Maturidade Sexual: NA
Ciclo Estral: 35-40d.
Gestação: 240d.
Idade ao 1º nascimento: 168me.
Intervalo entre nascimentos: 54me.
Longevidade: 40a.

Locomoção:

Quadrúpede, deslocam-se sobre os nós dos dedos e mãos; trepadores em suspensão; bipedísmo ocasionalmente.

Estrutura Social

Muitos machos para muitas fêmeas, fissão – fusão de comunidades.

Os Bonobos deslocam-se em grupos mistos. O grupos nómadas evitam encontros com outros grupos, não sendo muito hostís.

Emigração: As fêmeas emigram, os machos mantêm-se no grupo da sua mãe.

Tamanho do grupo: Comunidade constituída entre 50-200 indivíduos, mais 6-15 indivíduos nómadas.
Extensão do território: 2200-5800ha.

Tamanho do território de dia: 1200-2400m.


Comportamento

Diurno, arbóreo e terrestre. Os Bonobos vêm ao solo para se alimentarem de vegetação terrestre herbácea, que é abundante e permite que os indivíduos nómadas se juntem e estabilizem o grupo, mais que nos grupos de chimpanzés.
Os Bonobos são menos agressivos e reconciliam-se mais frequentemente que os chimpanzés. Os grupos possuem menos associações "grooming" macho-macho, mais associações macho-fêmea e fortemente a associação fêmea-fêmea. Os bonobos machos partilham a comida com as fêmeas, partilhando pouco com outros machos. O uso de instrumentos é reduzido às folhas para se protegerem da chuva e o arrastar dos ramos nos confrontos. Os Bonobos usam as mãos para escavar a terra em busca de larvas e turfas na floresta secundária. Eles lavam raízes e ervas nas correntes de água. No Zaire, os humanos caçam-nos para comer e como animais de estimação.


Os Bonobos são menos agressivos que os chimpanzés.


Acasalamento: É comum, nos Bonobos, estes estarem envolvidos em comportamentos sexuais que não têm valor reprodutivo para a concepção mas que têm valor social, reduzindo tensões dentro do grupo causadas pela competição pela comida ou por encontros agonísticos dentro do grupo. O comportamento sexual incluí cópula dorsoventral e cara a cara; as fêmeas roçam as suas partes genitais numa relação sexual fêmea-fêmea. Podem ser observadas todas as combinações de idades e géneros.

Vocalizações: 14, incluíndo um chilrear de alta frequência para a descoberta de alimento, gritos, um alarme seco e um guincho durante a cópula. O "grito alto" é um chamamento dado pelo grupo todo em resposta aos chamamentos de outro grupo que está a uma distância grande, e podem ser escutados durante o dia ou noite. Os humanos podem ouvir estes chamamentos a 500 metros. Este chamamento pode ajudar a recuperar os indivíduos nómadas que se encontram dispersados.

Local para pernoitar: Constroem um ninho novo para dormir todas as noites.

* é um valor conseguido através da proporção do comprimento dos membros anteriores aos membros posteriores. Esta informação é importante para paleontólogos, que só podem fazer a inferência sobre o comportamento dos animais fósseis que encontram. Todos os primatas estão numa escala de 50 para 150. O índice intermembranar indica o tipo geral de locomoção.

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Fonte bibliográfica e fotográfica: ROWE, Noel; The Pictoral Guide to the Living Primates; Pogonias Press; 1996; Charlestown, Rhode Island, USA.
#007

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nova Espécie de Lémur Gigante descoberta em Madagáscar

Fragmento do maxilar do P. kelyus removido da sua matriz.
Créditos: ©D. Gommery- MAPPM & CNRS

Os restos de uma espécie extinta de um lémure gigante foram recentemente descobertos em Madagáscar, a primeira adição ao grupo em mais de 100 anos, de acordo com um novo relatório.

A espécie, Palaeopropithecus kelyus, confirma 20 anos de especulação sobre a sua existência, disse o autor líder da descoberta Dominique Gommery, paleontologista do Centro National de Investigação Científica (CNRS) em Paris, França.

Os lémures são um grupo de primatas que só se encontram distribuídos em Madagáscar, num total de 71 espécies.

P. kelyus é agora um membro de um grupo de subfósseis pertencentes a três espécies de lémures gigantes. Ao contrário dos fósseis normais, os subfósseis são formados a partir dos ossos de espécies recentemente mortas, e que ficaram parcialmente mineralizados. A descoberta pode ajudar os investigadores a compreender os padrões evolucionários dos hotspots, tal como Madagáscar.

Os lémures gigantes deslocavam-se nas árvores por saltos, um movimento muito semelhante ao das preguiças da América do Sul. Usavam os quatro membros para se deslocarem de ramo em ramo, com a cabeça voltada para baixo.

P. kelyus junta-se às outras duas espécies de lémures gigantes, P. ingens e P. maximus, que foram descobertas há mais de 100 anos. O P. kelyus é o mais pequeno dos três lémures gigantes, com um peso estimado de 35 kg. O maior lémure existente na actualidade, o Indri, pesa apenas 10 kg.

Dentes pequenos e outras características dentárias na mandíbula superior distingue o P. kelyus dos outros lémures gigantes.

Estas características sugerem que o P. kelyus poderia ter como dieta alimentos mais duros como sementes. Pensasse que as outras duas espécies de lémures gigantes tenham tido uma alimentação mais baseada em frutas e folhas.

Esta nova espécie foi descoberta no noroeste de Madagáscar, numa área localizada entre grandes baías e rios que talvez possam ter isolado o P. kelyus dos outros lémures gigantes.

O projecto desta descoberta, chamado em francês Mission archéologique et paléontologique dans la province de Mahajanga (MAPPM), é uma colaboração entre franceses e malagaxes. As descobertas estão publicadas online no journal Comptes Rendus Palevol.


Publicado dia 28 de Maio de 2009; Por Brett Israel; Animals; LiveScience

Notícia original: http://www.livescience.com/animals/090528-giant-lemur.html

sábado, 1 de agosto de 2009

Transferência de genes pode levar a uma nova vacina contra o HIV

Uma equipa de investigação dos Estados Unidos revelou ter quebrado o teimoso impasse que tem frustrado a invenção de uma vacina eficiente para o vírus imunodeficiente humano.

Os cientistas, do Hospital de Crianças de Filadélfia e do Hospital Nacional de Crianças em Columbus, estado de Ohio, disseram que usaram uma abordagem que ultrapassa o procedimento normal, usado pelos investigadores que trabalham no desenvolvimento desta vacina.

Usando a tecnologia de transferência de genes, que produz moléculas que bloqueiam a infecção, os cientistas relataram que conseguiram proteger macacos rhesus da infecção pelo vírus imunodeficiente dos símios - um vírus próximo genéticamente do HIV.

"Nós usamos uma estratégia distinta, que contorna a resposta natural do sistema imunitário, que tem sido o alvo de todas as vacinas anteriormente desenvolvidas para o SIV e HIV", disse o líder da equipa Dr. Philip Johnson, do Hospital de Filadélfia. Johson desenvolveu esta nova abordagem com o virologista molecular K. Reed Clark, em Columbus.

Johnson disse que ainda existem muitos obstáculos antes de a técnica, já usada em animais, passar para uma vacina contra o HIV dos seres humanos.

O estudo esta disponível na versão online do journal Nature Medicine - http://www.nature.com/nm/index.html


Publicado dia 20 de Maio de 2009, © 2009 United Press International, Inc. All Rights Reserved.

Notícia original:
http://www.upi.com/Science_News/2009/05/20/Gene-transfer-may-lead-to-new-HIV-vaccine/UPI-23511242842115/

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Oportunidades de Emprego - Julho 2009

PhD in Anthropology (in collaboration with Psychology) Towards an
understanding of cumulative culture: A developmental and comparative
perspective, Durham University (Supervisors: Dr R Kendal and Dr E Flynn)
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1617

Veterinarian, CERCOPAN
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1618

Technical Research Assistant, Harvard University
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1600

Field assistant for gelada research project in Ethiopia, University of
Michigan (Gelada Research Project)
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1598

Capuchin Monkey Caretaker and Volunteer Coordinator, Communidad Inti Wara
Yassi
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1599

Technical Research Assistant, Harvard University
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1600

Field assistant for gelada research project in Ethiopia, University of Michigan (Gelada Research Project)
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1598

Capuchin Monkey Caretaker and Volunteer Coordinator, Communidad Inti Wara Yassi
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1599

Animal Keeper (Primates & Pandas), Smithsonian National Zoological Park
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1606

Short-term volunteer, International Primate Rescue
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1611

Veterinary Manager, Société de Conservation et de Développement - Conservation
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1612

Long-term admin position, International Primate Rescue
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1610

Trapping assistant for research on rhesus macaques on Cayo Santiago, Puerto Rico., Max-Planck-Institute for Evolutionary Anthropology Leipzig, Germany
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1613

Programmer Intern, Inverted-A, Inc.
http://pin.primate.wisc.edu/jobs/listings/1614

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Aye-aye faz história no Zoo de Denver


O recém-nascido é examinado pela equipa do Zoo de Denver.


Este pequenote não ganharia nenhum concurso de beleza, a não ser que a beleza estivesse no olho do observador. Mas o aye-aye bébé, uma espécie de primata ameaçada de extinção, apenas encontrada no estado selvagem em Madagáscar, fez história no Zoo de Denver.
Este foi o segundo nascimento de um aye aye num Zoo da América do Norte.

De acordo com a National Geographic Society, que publicou estudos sobre espécies raras de animais de Madagáscar, os aye-ayes podem não ser parecidos com primatas, mas estão relacionados com chimpanzés, gorilas, orangutangos e humanos.

O nascimento resulta de um plano da Associação de Zoo's e Aquários que visa a sobrevivência das espécies.

Os aye-ayes são os maiores primatas nocturnos, pensando cerca de 2,8 kg. Esta espécie é única, possui uma familia própria designada Daubentoniidae.

"Os aye-ayes são únicos e não se parecem com mais nenhum outro animal. O seu corpo de macaco, cauda de esquilo, olhos grandes e dedos alongados, fazem deles animais facilmente distintos de outros primatas," de acordo com o zoo de Denver.

Eles usam os seus longos e curvados digítos médios, que podem ser três vezes maiores que os outros, para tirar insectos dos buracos dos troncos de árvores.

A Conservation Union classifica-os como animais ameaçados devido à perda de habitat, relacionada com a desflorestação em Madagáscar e devido à caça furtiva.

Alguns nativos de Madagáscar acreditam que eles são um mau agouro, e que vendo um destes indivíduos é um indicador que algum aldeão vai morrer.
A superstição diz que a única forma para evitar a morte é matar o aye-aye. Contudo, Madagáscar adoptou leis que proibem a sua morte.

O Zoo de São Francisco na Califórnia é o outro único Zoo da América do Norte a ter aye-ayes em cativeiro.

Incluindo os aye-ayes do Centro Duke Lemur, existem apenas 25 aye-ayes na América do Norte.

Os aye-ayes vivem nas florestas tropicais húmidas e evitam descer das árvores e vir ao chão. Como são animais nocturnos, eles passam os dias enrolados num ninho em forma de bola feito de folhas e ramos. Os ninhos são esferas fechadas com uma única entrada situado em ramos maiores de árvores grandes. Estes animais vivem cerca de 20 anos em cativeiro.


Salem, mãe do aye-aye recém nascido, disfruta de uma cana de açucar no Zoo de Denver.

Publicado dia 7 de Maio de 2009, por Howard Pankratz, The Denver Post

Créditos Fotográficos - Dave Parsons, The Denver Zoo

Notícia original: http://www.denverpost.com/headlines/ci_12317643

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Populações de Chimpanzés decrescem 90%

As populações de chimpanzés continuam a decrescer em África.

Um nova sondagem revelou que, em Cote D'Ivoire, as populações decresceram de uma estimativa de 8.000 a 12.000 indivíduos para uns assustadores 800 a 1200 indivíduos, um decréscimo que ocorreu em menos de 20 anos.

O mais preocupante acerca de esta nova sondagem é que, supostamente, Cote d'Ivoire é um "paraíso" para chimpanzés no Oeste Africano. O relatório diz também que outras nações do oeste africano verificam um decréscimo nas populações de chimpanzés.

Os investigadores dizem que a razão principal é pelo aumento da população humana em Cote d'Ivoire. Desde 1990 que a população humana cresceu 50%. Isto levou ao aumento da caça e desflorestação, actividades que têm impacto directo tanto nos chimpanzés como no seu habitat.

"O habitat desapareceu, e todas as áreas protegidas foram invadidas por pessoas", disse Genevieve Campbell, à National Geographic, autor desta sondagem.

Em 1960 foi estimado que a população de chimpanzés em Cote d'Ivoire era de 100.000. indivíduos.


Chimpanzés em Cote d'Ivoire
Créditos: primatology.net

Publicado dia 6 de Maio de 2009; Jeremy Hance; Mongabay.com

terça-feira, 9 de junho de 2009

Oportunidades de Emprego - Junho 2009

09-022 Techncial Position - SNPRC, Southwest Foundation for BiomedicalResearch
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Field assistants in research project on baboon cognition in South Africa,Rahel Noser, Research Group Cognitive Ethology, German Primate Center
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Technical Assistant - SNPRC - ABSL3, Southwest Foundation for BiomedicalResearch
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Medical Research Technician, Tulane National Primate Research Center
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Experienced Animal Carer department Primates m/f, Stichting AAP
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Field Assistant: Male competition and cooperation in Barbary macaques inMorocco, University of Göttingen
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Pathology Technician - SNPRC, Southwest Foundation for Biomedical Research
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Golden Lion Tamarin Conservation Program Internship, Zoo Atlanta
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Facility Veterinarian, Worldwide Primates, Inc.
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Funded PhD Studentships, University of Portsmouth
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Field Assistants: Behavioral Ecology of Phayre's Leaf Monkeys, AndreasKoenig - Stony Brook University
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Postdoc modelling primate social evolution, Courant Research Center for the Evolution of Social Behavior, University of Göttingen, Germany
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Lecturer in Ecology and Evolutionary Biology, Rice University
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GIS Intern, Bonobo Conservation Inititative
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Field assistant for Lepilemur sahamalazensis in Madagascar, Bristol Zoo Gardens

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Chimpanzés trocam carne por sexo! E funciona!

Os chimpanzés selvagens que partilham carne, com fêmeas da sua espécie, duplicam as probabilidades de terem sexo com essas fêmeas. Esta descoberta suporta uma hipótese de que a partilha de comida aumenta as oportunidades de acasalamento.

O estudos mostraram que os chimpanzés machos partilham carne com as fêmeas, que usualmente não caçam. A razão para a partilha de carne, contudo, era um mistério - embora não muito difícil de adivinhar.

Machos observados na nação de Côte d'Ivoire no Oeste de África, partilharam carne de macaco com fêmeas que exibiam um inchaço rosado na zona genital, que indica que estão em ovulação e disponíveis sexualmente.

Os investigadores acrescentaram, que o mais surpreendente foi que os machos partilhavam a carne com as fêmeas que não apresentavam inchaço na zona genital, talvez na esperança de serem bem sucedidos no futuro.

O sexo "pode não ocorrer imediatamente - mas pode ocorrer no futuro," disse a co-autora do estudo Cristina M. Gomes, investigadora do Instituto Max Planck para a Evolução Antropológica na Alemanha.

Evolução a funcionar?

As descobertas podem esclarecer acerca das nossas próprias origens, disseram os investigadores.

Estudos de sociedades de caçadores humanos mostraram que, os caçadores com maiores capacidades tinham mais descendência e mulheres. Mas os investigadores estão divididos em como, ou se, as capacidades de caça e o acasalamento estão ligados.

O facto é que os chimpanzés machos também partilham carne com fêmeas não ovuladas e predispostas para acasalar, o que pode adicionar à discussão as capacidades cognitivas dos chimpanzés.

Isto pode sugerir que os chimpanzés podem antecipar interacções futuras ou relembrarem interacções que tiveram no passado.


Publicado dia 7 de Abril, 2009 no Journal PLoS ONE, National Geographic News, por Nick Wadhams em Naiorobi, Quénia.

Créditos Fotográficos: National Geographic

Notícia original:http://news.nationalgeographic.com/news/2009/04/090407-chimps-meat-sex.html

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Primata Fossilizado com 47 Milhões de Anos


DEPOIS DE 2 ANOS DE INVESTIGAÇÃO, FINALMENTE, É REVELADO O FÓSSIL MAIS COMPLETO DE SEMPRE , COM 47 MILHÕES DE ANOS, DE UM PROVÁVEL ANCESTRAL COMUM PARA OS PRIMATAS.


Os investigadores puderem comprovar a veracidade do fóssil através de uma análise Raio-X à estrutura dos ossos e depois de datação radiométrica das rochas vulcânicas de Messel, eles descobriram que a pequena criatura viveu há cerca de 47 milhões de anos, no período Eoceno.


Uma equipa de cientistas liderada por Jorn Hurum revelaram, esta semana, um esqueleto de um primata fossilizado com 47 milhões de anos, sendo aclamado como o elo perdido na evolução dos primatas.


O fóssil foi descoberto há 25 anos por caçadores de fósseis amadores enquanto escavavam em Messel Pit, Alemanha, e adquirido por Hurum há cerca de dois. Desde então, reuniu uma equipa de especialistas e tem investigado o pequeno primata. Na passada Terça feira o fóssil foi apresentado à comunidade científica em Nova Iorque.

Este fóssil é a ponte para a evolução que separa os primatas superiores, tais como, macacos, grandes primatas e humanos, e os seus mais distantes parentes, os lémures.


"Este é o primeiro elo de ligação para todos os humanos," disse Hurum, do Museu de História Natural de Oslo, Noruega. Ida, o nome atribuído ao pequeno primata fossilizado, representa "a prova mais próxima daquilo que podemos ter como nosso ancestral comum."


Ida, propriamente chamado como Darwinius masillae, possui uma anatomia única. O esqueleto típico de lémure possui características dos primatas, incluindo, mãos que são usadas para agarrar objectos, polegares oponíveis, dígitos com unhas em vez de garras e membros relativamente curtos.


"Este espécime parece ser um fóssil primitivo de um macaco que pertence ao grupo que inclui-nos a nós," disse Brian Richmond, antropólogo biológico da Universidade George Washington em Washington, D.C., que não esteve envolvido no estudo.


Mas há uma grande falha no registo fóssil deste período, o Eoceno, disse Richmond. Os investigadores não têm a certeza quando e onde é que o grupo dos primatas que inclui os macacos, os grandes primatas e os humanos se separaram do outro grupo de primatas que inclui os lémures.


"Ida, é um dos importantes ramos da árvore evolutiva", disse Richmond, "mas não é o único ponto de ramificação."

Uma coisa é certa, o aspecto de Ida é inquestionável e único: a sua incrível preservação, inédito exemplar do período do Eoceno, e aparece numa época em que os primatas primitivos estavam num período de rápida evolução.

Os investigadores dizem que esta é uma prova evidente para a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin que fala precisamente na transição das espécies.

Sir David Attenborough disse que Darwin "teria ficado extasiado" se tivesse visto este fóssil - e diria que o fóssil diz-nos quem nós somos e qual a nossa origem.




Mas afinal o que nos diz Ida segundo o lider desta investigação, Jorn Hurun?!




Publicado dia 19 de Abril de 2009; National Geographic; Sky News; http://www.revealingthelink.com/

terça-feira, 19 de maio de 2009

Fósseis Genómicos dos Lémures abrem caminho na compreensão da origem e evolução do HIV e outros lentivírus de primatas

Um retrovírus aparentado com o HIV estabilizou-se e integrou o genoma de muitos lémures há cerca 4.2 milhões de anos, de acordo com uma investigação liderada pelo Dr. Cédric Feschotte na Universidade do Texas, Arlington. A nova análise feita ao vírus imunodeficiente dos prosímios (pSIV) leva a uma nova compreensão sobre a evolução dos lentivírus.

Família de Lémures de cauda anelada
observada em Madagáscar. (Créditos: Stockphoto)




Durante a replicação, os retrovírus integram os cromossomas dentro das suas células hospedeiras. Se as células germinativas são infectadas, o DNA viral integrado pode ser transmitido de pais para filhos e pode, eventualmente, tornar-se parte do material genético das espécies hospedeiras.

Este processo de endogenização ocorreu repetidamente durante a evolução e envolveu diversos tipos de retrovírus, dando origem a uma parte do genoma de muitas espécies de vertebrados - por exemplo, ~8% do genoma humano. Até agora, acreditava-se que o processo era extremamente raro para os lentivírus, um grupo de retrovírus evolutivamente ilusivo que infecta diversos mamíferos, incluindo os humanos (na forma do vírus imunodeficiente humano [HIV]).

Baseados nas sequências fósseis recolhidas de diferentes espécies de lémures, os investigadores reconstruíram computacionalmente a sequência aparentemente intacta e completa do DNA do lentivírus ancestral dos prosímios. A descoberta de que duas diferentes espécies de lémures endémicas de Madagáscar sofreram, independentemente e quase em simultâneo, múltiplas infecções germinativas de pSIV providencia a evidência de que os lentivírus infectaram repetidamente a linha germinativa das espécies de prosímios.

Estes resultados permitem uma futura análise funcional do vírus extinto e avançar o nosso conhecimento sobre a biologia dos lentivírus, incluindo o HIV. Além disso, a caracterização deste lentivírus ancestral dos lémures levanta a possibilidade dos retrovírus como o HIV continuarem, ainda hoje, a circular na fauna de mamíferos de Madagáscar.


Publicado dia 24 de Março de 2009; Science Daily

Notícia original: http://www.sciencedaily.com/releases/2009/03/090319224524.htm

Jounal Reference:
Gilbert et al. Parallel Germline Infiltration of a Lentivirus in Two Malagasy Lemurs. PLoS Genetics, 2009; 5 (3): e1000425 DOI:
10.1371/journal.pgen.1000425

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Evolução em Debate: De Darwin à Actualidade


Vai decorrer já na próxima quarta-feira, dia 13 de Maio, pelas 14 horas, no Auditório Pessoa Vaz da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa, a conferência: Evolução em Debate: De Darwin à actualidade.
Vamos contar com presença de três ilustres oradores, Doutor Professor Frederico Almada, Doutor Professor Octávio Mateus e Doutor Professor André Levy, no que será um debate entre os três e um quarto elemento muito atento e crítico, o público. A temática da conferência vai-se centrar na perspectiva da teoria da evolução de três mentes diferentes, desde Richard Owen e Charles Darwin, até aos dias de hoje, aos Evolucionistas modernos.
A conferência terá uma duração de aproximadamente 2 horas, com um ligeiro coffee-break. Contamos com a vossa presença e em caso de dúvidas, dirijam-nas para biolusofona@gmail.com
Esta conferência é organizada pelo Núcleo de Estudantes de Biologia da Universidade Lusófona - BioC.E.L. http://biocel-lusofona.blogspot.com/ , em colaboração com a coordenação de Biologia e a Universidade Lusófona.

Oportunidades de Emprego - Maio 2009

Research Laboratory Technician in Molecular Primatology, University of Iowa
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Environmental Enrichment Coordinator, Wake Forest University - Animal Resources Program
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Behaviorist/Research Specialist - Bethesda, MD, SoBran, Inc
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Cognitive Neurobiology, Boston University School of Medicine
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Laboratory Technician II, Wake Forest University Health Sciences
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Field Assistant: Social Behavior of Chacma Baboons in the Cape Peninsula of South Africa, City University of New York / Cape Peninsula Baboon Research Unit
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Assistants need for Capuchin study in Iguazu Falls, Argentina, Andrea Green

terça-feira, 5 de maio de 2009

Novo paraíso para os Orangotangos



Foi criado na Malásia um novo hospital e santuário para prevenir a extinção dos orangotangos.

A ilha Orang Utan, situada no estado Perak, aloja mais de 20 primatas.

A maioria dos bébés orangotangos que foram rejeitados pelas mães encontram-se no centro de reabilitação, onde são surpervisionados e alimentados por uma equipa especializada.


Quando os orangotangos bébés crescem, socializam com outros orangotangos adultos, antes de serem devolvidos ao habitat natural.

Os orangotangos são uma das espécies da Malásia com maior taxa de perigo de extinção e estão constantemente a serem ameaçados pela destruição da floresta devido à extracção de madeira e incêndios e também pela caça ilegal.



Publicado dia 20 de Março de 2009; BBC News;

Créditos Fotográficos: Orang Utan Island

Notícia original: http://news.bbc.co.uk/2/hi/asia-pacific/7955257.stm

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Bonobos fazem amor em vez de guerra!

Será que as espécies que encaram actualmente a extinção possuem pistas para a origem dos seres humanos?

No meio de uma das zonas menos exploradas da Terra, podemos vislumbrar um dos primos mais próximos ao homem...o Bonobo.

Pensa-se que os Bonobos são, possivelmente, os únicos animais que resolvem os seus conflitos não através da violência, mas através do sexo. Na verdade, acredita-se que eles estão entre os únicos animais, com excepção do homem, que fazem sexo por divertimento, e não apenas com objectivos de reprodução da espécie.

Conhecidos também por "macacos eróticos," os bonobos são 98,5 % geneticamente semelhantes aos humanos.
Um grupo de repórteres da abc levou a cabo uma viagem incrível e difícil ao coração do Congo para se encontrarem com Bila-Isia Inogwabini, também conhecido por "Ino." Ino é um investigador para a Fundação Mundial da Vida Selvagem (World Wildlife Fund) que defende actualmente uma teoria controversa - que este foi o primeiro lugar onde os humanos apareceram na Terra.
Ino possui créditos por uma descoberta incrível - uma população de 2000 bonobos extremamente raros a viver numa vasta área da floresta africana. Esta descoberta representa um desenvolvimento muito grande para uma espécie que alguns temiam estar à beira da extinção.

O mundo não sabia da existência desta população, disse Ino, e os primeiros repórteres que ele mostrou foram os da abc.

Mas a caminhada não foi fácil! Ao longo de três dias, durante 20 kilometros, combateram contra o calor, atravessando a floresta escura, ameaçados pelas formigas comedoras de humanos e pelas incrivelmente persistentes abelhas.

Muitas vezes levantavam o acampamento antes de amanhecer e quando finalmente chegaram perto do objectivo final, foi emocionante.

Primeiro, ouviram os bonobos a passarem pelas árvores, ouvindo sons que pareciam que as árvores se desmoronavam. Depois ouviram as vozes - diz o repórter que parecia uma banda sonora de um filme de terror.

E quando finalmente os avistaram, eles pareciam homens das cavernas acrobáticos.

Uma mitologia romântica nasceu à volta dos bonobos, uma espécie que se acreditou ser mais pacífica do que os chimpanzés, que podem ser ferozmente violenta.

"Os Bonobos têm tendência para resolver os seus problemas através do sexo, em vez de usarem violência," explicou Ino.

É verdade, os bonobos resolvem a competição por comida e território, não através de violência, mas sim, através de relações sexuais.


Ligações com os Bonobos

Para além dos humanos, eles são os únicos animais que fazem sexo por diversão, não apenas para procriar.

"E este facto coloca esta espécie mais próxima da nossa do que outra espécie de mamífero," disse Ino.

Os Bonobos têm sexo em grupo, sexo entre o mesmo género, sexo oral e sexo cara a cara. Também foi reportado o beijo francês!



Os Bonobos são considerados como sendo,
possivelmente os únicos animais que resolvem os seus conflitos não
através da violência mas através do sexo. (ABC News)

Muitos pensam que a razão pela qual os bonobos são tão pacíficos - são observados frequentemente a catarem-se tranquilamente uns aos outros - é que a sua estrutura social é dominada por fêmeas.


Contudo, neste momento, esta espécie encontra-se em perigo crítico de extinção. Tiveram pouca sorte de existirem num só país - o empobrecimento, a anarquia e a guerra do Congo, onde os caçadores furtivos os caçam como alimento tem vindo a degradar as populações de Bonobos.

Eles são considerados como animais sensíveis por algumas províncias do Congo, disse Ino, e por algumas tribos.

Parecem ser incrivelmente dóceis e humanos. Os repórteres só puderam interagir com os bebés. Os jovens bonodos são brincalhões, sendo considerados psicologicamente vulneráveis quando são órfãos, sendo dados a eles mães substitutas.

De volta à selva, Ino disse que testemunhou que os bonodos têm muitos comportamentos parecidos com os dos humanos, e até os viu chorar. Mas provavelmente, o comportamento mais humano de todos é o facto de que os bonobos, ocasionalmente, andam em posição vertical sobre os dois membros posteriores, o que levou Ino a avançar com a sua teoria radical.


A evolução do homem?

Ino descobriu que os bonobos são os únicos animais que vivem numa área que é uma mistura de selva com savana - as planícies africanas. Isto força-os a andar na vertical mais do que na selva. E isto é o que Ino pensa ter sido o tipo de ambiente que fez surgir os primeiros humanos.

"Penso seguramente que os seres humanos possam ter evoluído a partir desta região," disse Ino. "É um grande reivindicação, sim, eu compreendo, mas acho que vale a pena colocar esta hipótese sobre a mesa."


Dan Harris da ABC News com um bonobo bebé no
Santuário dos Amigos dos Bonobos no Congo - chamado Lola Ya Bonobo -
onde quase todos os animais que lá estão
são órfãos de pais mortos pelos caçadores. (ABC News)



A teoria que prevalece entre os cientistas diz que os primeiros humanos evoluíram a centenas de quilómetros do Congo, na África Oriental. Os especialistas com quem foi discutida a teoria de Ino, indeferiram-na como rebuscada.

"Posso não ser levado a serio agora, mas acredito que dentro de 15 ou 20 anos, a minha teoria possa ser comprovada como verdadeira," disse Ino.

No mínimo, a sua teoria pode chamar a atenção para os bonobos, que nos podem ensinar algo sobre a resolução de conflitos.




Os Bonobos em vias extinção vivem nas profundezas das florestas do Congo, usando o sexo para resolver os seus conflitos.



Publicado dia 19 de Março de 2009; ABC News; por Dan Harris


Notícia original: http://www.abcnews.go.com/Nightline/Story?id=7114519&page=1

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Replicação de genomas pode separar Humanos dos Grandes Símios

Um pico súbito durante a cópia e o rearranjo da estrutura do ADN deu "forma" às espécies de grandes símios.

Apesar de não ser tão dramático como a teoria de o Big Bang ter criado o universo, uma explosão na duplicação do ADN do ancestral comum dos humanos, chimpanzés e gorilas, pode ser responsável por muitas das diferenças entre estas espécies. A grande separação ocorreu à cerca de 8 ou 12 milhões de anos atrás, mas os efeitos desta separação ainda são visíveis.




Um aumento nas duplicações ocorreu no genoma do ancestral comum dos humanos e dos grandes símios africanos entre 8 milhões a 12 milhões de anos atrás. Os números perto das imagens indicam os milhões de bases duplicadas que são únicas para cada espécie. Por exemplo, 13.6 milhões de bases replicadas no genoma humano não são replicadas no genoma de outras espécies. Créditos: Marques-Bonet et al., Nature, Fev. 12, 2009.



Os genes humanos e dos grandes símios são notoriamente similares, com poucas diferenças nas letras genéticas que compõem o manual de instruções para construir cada primata. Mas os gorilas, orangutangos, chimpanzés e humanos são obviamente diferentes. Uma nova análise dos genomas dos humanos e dos seus primos símios, publicada em 11 de Fevereiro na revista Nature, sugere que essas diferenças podem ter raízes nas duplicações do ADN.

A equipa de investigação liderada por Evan Eichler, investigador do Instituto de Medicina Howard Hughes na Universidade de Washington em Seattle, comparam os genomas dos macacos, orangutangos, gorilas, chimpanzés, bonobos e humanos. Os investigadores descobriram que partes dos genomas foram copiadas e reorganizadas, por vezes múltiplas vezes, dentro de cada uma das linhagens.

Depois dos orangutangos se separarem da árvore genealógica dos primatas, as taxas de replicação aceleraram dramaticamente no ancestral comum dos gorilas, chimpanzés e humanos. Esta taxa continuou no ancestral comum dos humanos e chimpanzés, mas depois abrandou de novo. Ao mesmo tempo, estas taxas de duplicação influenciavam outros tipos de mutação - tal como alterações nas letras da sequência genética - a abrandarem.


A duplicação pode fazer a diferença: Um segmento de ADN encontrado apenas no genoma humano (círculo verde) foi duplicado múltiplas vezes nos chimpanzés e gorilas (setas rosa). Alguns segmentos duplicados nos chimpanzés são multiplicados nos humanos (não demonstrado). Créditos: Marques-Bonet et al., Nature, Fev. 12, 2009.



A actividade de duplicação resultou em diferenças estruturais do genoma entre as espécies, numa escala nunca antes analisada. Estudos anteriores só tinham analisado genes específicos ou pequenas partes do genoma, e esta análise em grande escala esclarece o que não era evidente.


"Este artigo sugere que a variação real que levou à linhagem humana é estrutural," diz Mark Gerstein, bioinformático na Universidade de Yale. "Penso que é plausível que o número de cópias ou a variação estrutural pode afectar mais ainda que as próprias mutações - alterações das bases - podem."

Alterar uma única base, ou uma letra do ADN, é susceptível de ter um efeito limitado, uma vez que tais mutações alteram apenas um único gene. Mas grandes duplicações, contendo 20.000 bases ou mais, como as mapeadas neste estudo, podem conter mais de um ou mais genes ou partes destes e regiões reguladoras.

Duplicar, triplicar ou quadruplicar o número de cópias de um pedaço de ADN no genoma, pode aumentar potencialmente a actividade dos genes contidos nessa região. Uma duplicação pode conter algumas partes de um gene, mas não todo, o que poderá alterar a função do gene. E estas duplicações deverão conter painéis de controlo para os genes, disse Gerstein. Copiar esses painéis de controlo, no seu todo ou partes dele, e inserindo-os noutra parte do genoma poderá alterar a actividade dos genes adjacentes ao ponto de inserção.

Os investigadores descobriram que estas duplicações não ocorrem aleatoriamente. A maioria das duplicações ocorrem próximas das duplicações mais antigas, criando hot spots no genoma, susceptíveis à cópia e rearranjo. Estas partes instáveis do genoma proporcionam flexibilidade à adaptação a novos ambientes, mas têm também uma desvantagem.

A instabilidade tem sido relacionada a doenças em seres humanos. As células cancerígenas têm, notoriamente, duplicações, rearranjos, e deleções nos genomas. O ADN instável predispõe os seres humanos a doenças como o autismo, retardação mental e esquizofrenia. Os investigadores dizem que as duplicações ligadas ao autismo e à esquizofrenia são tão recentes que é provável que estas perturbações no desenvolvimento neurológico sejam também bastante jovens.

Cerca de 20% das duplicações identificadas neste estudo foram encontradas apenas em humanos. A maioria das partes replicadas contêm genes de função desconhecida, portanto o próximo passo deste projecto é descobrir como é que estas duplicações ocorrem e como é que os genes contribuem para tornar as pessoas humanas.

Mas os humanos não são os únicos com ADN extra específico para a sua espécie, diz Jeff Kidd, investigador genómico no laboratório de Eichler.

"Se eu e você fossemos dois chimpanzés a falar, iríamos estar a falar de como 20 % das duplicações são únicas nos chimpanzés," diz Kidd. "É tudo uma questão de perspectiva."



Publicado dia 14 de Março de 2009; Science News; por Tina Hesman Saey